quarta-feira, 6 de junho de 2012

A memória humana




Pego aquele antigo baú. Recordações. 
Fotos do nosso primeiro encontro, você com aquela camisa cor-vinho que você jurava ser vermelha.
Bilhetes, mais fotos. 
Você, eu e a madrugada, nada mais. Na rua deserta, no frio, ouço apenas a sirene da polícia que passa bem longe. Fecho os olhos e me entrego nessa aventura. 
Ah.. ainda lembro daquela cachoeira que você me levou uma vez. Nadamos até o anoitecer.E ficamos resfriados no dia seguinte.
 Lembro quando íamos ao McDonald e estourávamos a mesada em milk-shakes e hambúrgueres. 
Não ligava se suas roupas eram de marca, você me achava linda sem maquiagem. Não ligava se iria ficar semanas de castigo por ter chegado tarde em casa, não ligava para as notas baixas, tudo valia a pena no final.
Ter você sempre valeu a pena.
Triste é agente ter se afastado, triste é ter apenas fotos e coisas na memória que para nada servem ao não ser para chorar... é ainda estou chorando. Ainda te amo. Mesmo com o passar do tempo, sonhar com você ainda faz sentido. Ter você aqui ainda faz sentido. 


Sentada na beira da cama, sinto o vento que entra pela janela do quarto. Leva uma mecha do meu cabelo ao rosto; se você estivesse aqui provavelmente a tiraria, me abraçaria. Fecho o baú e seco as lágrimas.


Droga de memória humana que dificilmente é apagada, droga de coração que faz questão de não te esquecer.

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