segunda-feira, 28 de maio de 2012

A chuva de outono e a máquina do tempo







Por que acordo e durmo assim, com a mente em outro planeta, com a cabeça perdida, com o coração sem vida.
E essa chuva de outono que não passa? É a minha estação do ano preferida. Ou era. Só era bom com você.
Andar na chuva, reclamar do frio, ficar debaixo da marquesa de algum prédio esperando a chuva passar enquanto os nossos tênis enchiam de lama.
O dia valia muito a pena, até chorar ao seu lado me parecia menos doloroso. Você sempre muito paciente aprendeu a me escutar e a me fazer sorrir mesmo quando te chamava de idiota e sem graça. Era tudo mentira e você sabia disso. Eu me recusava a admitir que amava estar ao seu lado e que não achava o seu corte de cabelo ridículo. Me recusava a dizer tudo que eu sentia, mesmo você, lá fundo sabendo de tudo. Sempre fui muito orgulhosa e me arrependo disso. Me arrependo de todos  os "Não" que já te dei.
 Quem nunca quis voltar no tempo e reparar um erro? 
Quem nunca quis dizer "eu te amo" e nunca disse?
Quem nunca já sentiu uma saudade irreparável como estou sentindo agora?


Eu queria voltar no tempo e te dizer que sim; eu te amo.
Eu queria que a saudade não existisse, é uma pena que quase tudo que eu quero agora é impossível. Tipo ter você aqui e agora!
Eu esqueceria de todas minhas obrigações, dormiria mais, me alimentaria melhor, teria mais gosto para me arrumar. Enfim, ficaria mais feliz se o vento dessa frente fria me trouxesse você.


Você ainda não cansa de me perguntar se te amo. Você ainda tem dúvidas... Pensei que fosse claro, pensei que fosse fácil ficar uma semana sem te ver, mas pena que essa semana se tornou meses e eu não resisti.

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